sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Kathmandu

O trânsito caótico e o constante soar das buzinas, os fios de electricidade emaranhados no topo das ruas cobrindo as janelas e a luz do sol, a lama pelas ruas e o lixo e o cheiro por vezes sufocante apesar da chuva, as carrinhas que fazem as vezes dos autocarros apinhadas por dentro e por fora para alem do razoável, os talhos na beira da estrada que também são matadouros ao ar livre, as cabras e as galinhas decapitadas para toda a gente ver, as frituras de cor estranha e os frutos de formas desconhecidas, as vacas na estrada sinal máximo de pachorrice, a festa na rua na zona budista com a multidão fascinada e assustada pelos mascarados, os homens vestidos de mulher (finalmente?), os magotes de gente pendurados em tudo o que é sitio, o centro medieval onde chove copiosamente e onde o trânsito não ajuda a que se desfrute verdadeiramente do local, a noite surpreendente no Thamel onde as bandas de covers tocam ao desafio nos balcões dos diferentes bares, as ofertas de droga e a insinuação da criminalidade e da prostituição, os sorrisos arrancados a ferros mas verdadeiramente honestos, os olhares curiosos, a timidez natural das crianças, as rugas pronunciadas nos rostos dos velhos.

Lhasa

A visão do topo do Everest do voo para o Tibete, a revista no aeroporto à procura de livros proibidos sobre o Dalai Lama (ou o DL como é apelidado por estas bandas), as montanhas e os vales simplesmente para além de qualquer descrição possível no caminho entre o aeroporto e a cidade, o buda escavado na rocha, o templo de Sera, a gentileza das pessoas que nos deixam passar à frente nas filas porque nos querem dar a oportunidade de conhecer aquilo que para elas já é familiar, o cheiro intenso da manteiga de iaque queimada oferecida em tudo o que é templo, o incenso, as milhares de notas generosas espalhadas por todo o lado para que os monges possam sobreviver, os livros com os ensinamentos budistas impressos hoje como no inicio dos tempos, as orações em jeito de flexões, a madeira talhada e colorida como sempre imaginei a China, os templos no cimo das montanhas com acessos impossíveis, as estátuas em talha dourada, o Templo de Jokhang e a sua magnífica vista da Potala, as ruas movimentadas de Bakhor com os seus vendilhões, os jogos na rua, a presença constante dos militares, a noção de estarmos num vale rodeado de montanhas belíssimas, o palácio de Potala magnífico, as escadarias difíceis com o oxigénio a faltar a cada degrau, as centenas de pessoas à sua volta, o jardim e as casas de Verão dos diferentes Dalai Lama, o Templo das mulheres e os seus cânticos hipnóticos, a simpatia contagiante das monges e a sensação de hospitalidade, o cheiro enjoativo da manteiga moldada em forma de velas, o rio transbordante no regresso.

Pokhara

A estrada tortuosa pelas montanhas que se vê serpentear ao longe, os camiões Tata vindos da Índia que impedem o caminho, o pavimento esburacado contra todas as resistências possíveis dos automóveis melhor intencionados, o rio de águas brancas das chuvas da monção, as pontes suspensas, a humidade de cortar a respiração e de fazer colar a roupa ao corpo, as derrocadas de terra que aconteciam sempre um pouco mais à frente de onde estávamos mas que pareciam poder a qualquer instante abalroar o carro em direcção ao rio, o cheiro a sangue putrefacto dos animais sacrificados em nome das promessas e das oferendas, a festa em honra dos mortos do ano anterior com cortejos musicados pela rua com as roupas do defunto e os familiares mascarados, a comunidade de refugiados Tibetanos a quem parece ter sido dada uma nova oportunidade mas que está totalmente confinada aquele espaço e para os quais é negada a naturalidade nepalesa (mesmo para as crianças já nascidas no pais), o lago Phewa Tal e os gritos indescritíveis dos insectos na floresta que perturbam o cenário idílico das águas calmas, a subida até a um templo budista no topo de uma montanha e a vista da cidade e do lago com as nuvens ao alcance das mãos, as mulheres e as crianças que sobem a ladeira com pesos imensos suportados pelas suas cabeças, o chá em casa do Dipak, a vista adiada dos Himalaias coberta pela neblina.


Patan e o Vale de Kathmandu

As fontes pelas ruas que tentam minimizar o abastecimento que apenas ocorre umas quantas horas por semana, a electricidade que também apenas existe sabe Deus quando, os templos a cada esquina de Patan, os pagodes únicos no centro medieval, os “healing bolws” que fazem bem às enxaquecas e às dores dos joelhos e que também fazem saltar a água com a vibração, o templo dourado, a criança-sacerdote que durante 9 meses vive confinado a um templo repleto de ratazanas sagradas e que só sai uma vez à rua nesse período para abençoar quem passa e que não pode ser tocado por ninguém, o orfanato que o guia e mais uns amigos resolveram criar, a mais antiga estupa do mundo em Swayambhunath com os seus macacos sagrados, a escadaria de fazer partir os pescoços, as ruas estreitas e barrentas de Bhaktapur, a varanda do bar no centro com vista para o largo de frondosos pagodes, a festa de ano novo testemunhada pelos prédios esburacados e sem vidraças nas janelas, a deusa-viva retirada da sua família nos primeiros anos de vida e condenada a viver em completa reclusão até à primeira menstruação e a ficar solteira depois de solta e regressada à vida terrena, a estupa de Bouddhanath com a sua escadaria original, as centenas de pessoas à sua volta, as Thangkas pintadas à mão com minúcia e uma enorme paciência, o cheiro estranho e a sensação pesada da morte no ar em Pashupatinath, os homens santos de verdade, o lar de idosos sobrelotado e os cânticos dos velhos à entrada, a cremação à beira do rio e os rituais de preparação dos quase-vivos e dos acabados-de-morrer, os cânticos de celebração à noite por mais um dia ter terminado.

Maldivas

A sensação de repouso e de descanso, o cenário idílico, a agua quente e cheia de peixes coloridos, os tubarões e as raias que se vêem assim que se põe os pés na água, a chuva que estragou a oportunidade de ter um bronze de se fazer inveja.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


A minha veia rockeira está em grande!
Nono tema em construção, uma coisinha com um grande andamento... :)

já passou o "teste do dia seguinte" e o "teste da Semana seguinte".
Próximo passo: Gravar e verificar como soa durante uns dias no carro.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Enquanto uns estão de férias outros já voltaram ao trabalho... :)
Falando de coisas mais interessantes, neste momento estamos com oito músicas pensadas para o próximo disco dos Flirt.
Muitas mais já ficaram pelo caminho, fazemos ponto de honra em deixar cair algumas, assim achamos que estamos a elevar a fasquia e apenas deixamos passar aquelas que consideramos como 'dignas' de constarem em tal momento.

Durante as férias, trabalhei bastante nos 8 temas, levei comigo a minha nova companhia:



podemos dizer que teve um comportamento digno. :)

Sinto que os dois primeiros singles no próximo disco já estão compostos! arrisco-me a dizer os nomes: 'Mundo Inteiro' e 'Será?'
Coloquei todo o nosso Álbum para escuta no GrooveShark