segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CAPÍTULO II

A próxima etapa desperta o desejo de NASCER DE NOVO, um sentimento acompanhado de um misto de determinação incipiente com a vaga sensação da angústia. Por agora apenas existe o desejo de continuar o caminho, sem ter a certeza do destino a que se vai chegar. Percebe-se que o trajecto pode ser perigoso (o lume que já arde pode ainda incendiar-se, alimentado por um combustível qualquer), e sente-se na boca o sabor do risco (de pisar a linha às cegas, de passar os limites). Mas começa também a surgir o conhecimento de capacidades que até aí pareciam não fazer parte de quem se é (como ser-se capaz de bater com a porta ou perder definitivamente o medo de arriscar).



NASCER DE NOVO (és capaz de me encontrar)
LETRA: Ricardo Oliveira

Não dou um passo em falso
Não me atiro ao ar
Nos meus lábios não passam as coisas que eu quero contar
Não levanto a voz
Não me ouvem gritar
Tenho a garganta seca da dor que não pude chorar

És capaz de me encontrar
Numa estrada junto ao mar
Mas sou capaz de me esconder
Pisar a linha sem a ver
Incendiar o lume a arder
E ver-me de novo a nascer

Não dou parte de fraco
Não me canso de mim
E ao ver o meu retrato nem sempre sei se sou assim

Não conto com a sorte
Mas não deixo de tentar
E só lamento as derrotas que tive por não arriscar

És capaz de me encontrar
Numa estrada junto ao mar
Mas sou capaz de me esconder
Bater a porta sem querer
<a href="http://flirt.bandcamp.com/track/cego-surdo-e-mudo-porque-n-o">Cego, surdo e mudo (porque não?) by FLIRT</a>

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

CAPÍTULO I

Vamos começar a viagem e como em todas, existe um ponto de partida. Foquemo-nos pois nesse ponto. Começamos com a descoberta interior de uma inquietação, um sentimento que aflora não se sabe bem de onde. Começamos a perceber que nem sempre o que se vê é aquilo que se sente, e que o nosso espírito é comandado pela dualidade, pela CONTRADIÇÃO. Damos conta das nossas lutas interiores que até então, tanto esforço fizemos para que se mantivessem escondidas de nós mesmos, ocultando-as por detrás nos nossos peitos. Essa descoberta acaba por revelar ela própria algumas das essências da vida, como o facto de esta não ser linear. Além disso, a partir desse momento essa coisa do destino não faz mais sentido, nem as regras implícitas que toda a gente lhe parece querer atribuir. Percebemos o silêncio de que nos queremos libertar. Compreendemos que apenas juntos de outros conseguiremos sentir a sensação de liberdade em toda a sua dimensão. Coisa estranha…



CONTRADIÇÃO (por trás do meu peito)
LETRA: Ricardo Oliveira

Sou livre a todo o momento
Agarrado aos braços de alguém
Na estrada entrego-me ao vento
E ao meu destino também

É tarde, mas tanto faz
Se ficar para depois
É tarde, mas não me importa
Esta noite é para nós dois

Vem ver por detrás do meu peito
Bate uma contradição
Vem ver, estou aqui sozinho
No meio da multidão

Sou prisioneiro de um silêncio
Não dá para acreditar
Na estrada entrego-me ao vento
Que me irá salvar

É tarde, mas tanto faz
Se souber o que fazer
Se nem eu me compreendo
Como hás-de perceber?

Procuro por um sinal que a noite possa trazer
Não quero falar para não me arrepender

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"This Noiseless pickup set was designed exclusively for Jeff Beck. Jeff wanted a bigger sound and better tonal dynamics than a standard single coil pickup could deliver, and he got exactly what he was after in the new hotter Noiseless design. Warm and punchy neck pickup tone with a bluesy feel, and a bridge pickup that screams at high gain. The clean tone is clear and very full. This pickup delivers the best definition and sensitivity that has ever graced the Strat."

Acho que deve dar para mim.
Andava calmo. Por vezes pensava, 'talvez um wha wha, não mais do que isso, ou uns pickups. Mas agora estou bem!'

Mas, existia uma coisa que sempre me irritava (e ainda me irita) - ter uma fender que não soa a fender. Mas que raio, onde é que eu tinha a cabeça, quando achei que o melhor que tinha a fazer era martelar a fender toda? irra... 'vou meter uns pickups do demo...'.Tolo!

Mas, isso está prestes a mudar! tenho um set de fender hot noiseless single coils a caminho para equiparem esta menina.

Vou voltar a ter uma fender a soar a fender. ehehe

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pois está!

Fui pensando havia qualquer coisa semelhante a criar um filho adoptado nisto de aprender a interpretar músicas que não foram compostas, arranjadas ou tocadas por mim até agora. E num certo sentido é assim. Mas é verdade que a coisa entranha-se. E de repente é como se aquelas circunstâncias fossem irrelevantes: as músicas são tão "minhas" quanto de quem as criou e lhes deu corpo. Gosto muito, cada uma à sua maneira, das malhas do Fruto Proibido. De umas, gosto mais enquanto baixista; de outras, gosto delas como ouvinte de música; de outras, é a letra que me toca.

Nesta semana ando a re-consumir o Arquétipos da Alma, o 1.º disco. Ando a ouvi-lo com a abordagem do baixista recém-chegado à banda: uma orelha mais analítica do que lúdica tenta descobrir as notas com que o meu sócio Freitas, o primeiro baixista dos Flirt, deu corpo aos graves; o outra orelha, com perfil mais - digamos - orquestrador e arranjador vai fazendo a prospecção das novas roupagens que cada música permitirá. Não sei o que dará mais gozo, se reinterpretar as linhas de baixo do Dikk no Fruto, se reinventar mais a fundo as malhas do Arquétipos.

Seja como for, isto está a ser muito divertido. Temos literalmente centenas de horas de ensaios pela frente até isto estar no ponto que aparentemente corresponde aos nossos padrões de qualidade - e de gozo. Mas temos a percepção de que o resultado final, ao vivo, será qualquer coisa; e que o facto de sermos homenzinhos e nos respeitarmos uns aos outros vai ajudar muito. Estou a gostar realmente muito de trabalhar assim, meio caminho entre ser metódico sem concessões e curtir a rockada de sorriso no beiçol.

Corre em paralelo o pai em construção que eu sou com o baixista do Flirt que se vai fazendo. É curioso: toda a gente tem a sensação de que passou períodos infrutíferos, estéreis, entediantes na sua vida; actualmente, estou no antípodas disso. O Zé Pedro, o meu tardio primeiro filho, ameaça cada semana passar-se para o mundo ex utero; a (re)apresentação dos Flirt ao vivo ameaça também tornar-se uma realidade até ao fim do ano. Tanta coisa boa a nascer no mesmo ano... sou um gajo com sorte.

Flirtaços e flirteijos!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Isto de andar a colocar o 'fruto proibido' em pé está dar um gozo do caraças.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os meus próximos posts serão dedicados a cada um dos temas que compõe o novo álbum “Fruto Proibido”.
Procurarei dessa forma não só dar a conhecer as letras das nossas novas músicas, como revelar algumas ideias que estão por detrás das composições.
Quando comecei a pensar em fazer isto, percebi que mesmo correndo o risco de poder parecer um pouco abusivo, este CD é quase uma peça conceptual. Digo isto porque assim, visto à distância, apercebo-me cada vez melhor que existem apenas uma ou duas ideias subjacentes a todos os temas. E como sou autor ou co-autor das letras, elas certamente têm a ver com a forma como me sinto e como sinto os FLIRT.
Mais uma vez este álbum também contou com o contributo literário do Mário F. Porém, o processo de escrita foi, no mínimo, curioso… isto porque os temas em que ambos assinamos as letras, foram efectivamente recriações minhas sobre textos originais dele.
Passo a explicar.
Sou fã há bastante tempo das coisas que o Mário F. escreve. Mas sempre tive dificuldade em pegar num texto e musicá-lo, para mim o processo sempre se passa ao contrário: depois de uma música mais ou menos construída, elaboro uma melodia de voz na qual “encaixo” a letra. Não sei se é um método mais simples ou complexo que o oposto, mas é aquele que sou capaz de fazer…
Então, peguei nas palavras do Mário (para se mais exacto, nalgumas frases e conceitos) e recriei-as num significativo que queria que fosse meu e numa métrica ajustada à melodia.
Confusos???
A excepção a este método (nos temas que co-assinamos) é o “Fruto Proibido” (que dá nome ao álbum” e que no devido momento explicarei.
Sendo assim, senhoras e senhores, aqui estão os novos temas dos FLIRT!

domingo, 5 de setembro de 2010

Cá estamos nós de volta, após um merecido período de férias!
Já retomamos os ensaios, com trabalho específico para a secção de cordas :)
Temos bastante trabalho pela frente, mas nada nos dará maior gozo!

Já começaram a surgir as primeiras ideias para os pequenos pormenores a utilizar ao vivo. Boas Ideias e coisas giras.

Nas próximas semanas iniciaremos as audições para um guitarrista, mais do que um virtuoso necessitamos de um gajo porreiro e com muita vontade de correr por gosto.

Estranhamente estou com o GAS em baixo... até estou a ficar preocupado, vou ter que inventar qualquer coisa... acho que necessito de um wha wha. Acho não, tenho a certeza!

abraços