sexta-feira, 27 de julho de 2007

Pronto, já ouvi as guias! Não de todos os temas, mas quase…
As conclusões são difíceis de tirar para já: percebo agora, na prática, que este processo vai mesmo ser “doloroso” até conseguirmos um registo de qualidade sonora apreciável. Mas não encaro isso com frustração: na fase me que nos encontramos, dê lá por onde der, a coisa vai mesmo ter de rolar!!! Estou tão determinado, que mesmo que fosse o único, arrastaria o pessoal todo atrás de mim!
Uma coisa é certa: mesmo com o som de guias (mal misturado, com inputs sem grande qualidade de som, etc.) ouvir os temas com o distanciamento de não os estar a interpretar, faz-me continuar a acreditar que temos aqui um conjunto de material muito interessante.
O desafio passará não só por conseguirmos ter um bom som, mas garantir que a energia que se sente quando os tocamos “ao vivo” se consegue captar com os microfones… se calhar arranjar um bom som afinal vai ser fácil, ao pé disto!!!
Pela parte que me toca, a audição dos temas vai permitir que comece a delinear a melhor forma de acertar os detalhes. Isto é verdade ao nível da interpretação, bem como ao nível das próprias letras: sem querer desvirtuar o seu sentido original, há pequenas arestas que ainda quero limar.
Vou estar as próximas 3 semanas de férias, na Índia. Vou levar as guias comigo (viva o iPod) para que a chama se mantenha acesa com esta intensidade. Atendendo aos meus gostos musicais primordiais, ir à Índia nesta fase não deixa de ter um significado simbólico curioso (para dizer o mínimo). Foi lá que algumas das minhas referências mais antigas encontraram a inspiração para se recriarem. Já sabem de quem é que estou a falar?
Tenho mais motivos (felizmente) para querer regressar... mas este é sem dúvida um dos mais importantes. Voltar a tocar com os Flirt, retomar o processo de gravações, sentar-me com eles e definir o caminho a seguir, são das âncoras mais fortes que por cá deixo.
Admito!
Até já.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Sábado passado fui assistir a um concerto fabuloso. O Steve Hogarth, actual vocalista dos Marillion deu um concerto no espaço Servartes, aqui no Porto. Foi uma performance altamente intimista: devíamos estar umas 50 pessoas na sala, ele, o piano e o Mac.
Foi uma experiência religiosa: ele não só é um excelente cantor (já agora, também toca piano lindamente), como sobretudo consegue INTERPRETAR os temas, algo que nem todos os vocalistas são capazes de fazer. O ambiente era informal. Perguntava ao público quais os temas que queriam que tocasse, enquanto entre as músicas lia excertos do seu diário (daí estar lá o Mac...) ou contava histórias de quando alucinou com cogumelos numa festa com os Marillion, numa altura em que estavam retirados para gravar.
Tudo estava no ponto, portanto. As velas espalhadas pelo palco (?) e pela sala ajudavam a tornar ainda mais intímo o ambiente.
Estou a contar-vos isto não só por causa do concerto em si, mas por aquilo que ele representou. Mais do que uma série de canções, este tipo veio entregar-se nas mãos do público. Não era só a forma como cantava, com os sentimentos todos a afinarem-lhe as notas na garganta, mas a forma aberta com que se deu a conhecer, as histórias que contava acerca dos temas. E isto foi para mim muito especial porque tem muito a ver com a forma como encaro a coisa.

O que pretendemos fazer não é um conjunto de músicas. Mais do que isso, este projecto só me faz sentido se puder expôr um conjunto de sentimentos e experiências pelas quais temos passado. Por exemplo, não pretendo desvendar todo o significado implícito das letras que faço. Isso seria limitar o gozo da descodificação. Mas não consigo imaginar escrever sobre outras coisas que não sejam coisas minhas. No fim, como peças de um puzzle, ficarão a saber mais alguma coisa sobre mim. Acho que se não o quisesse partilhar, não transpunha nada para o papel nem lhe procurava dar voz.
O que pretendo partilhar não são necessariamente experiências arrebatadoras. Aliás, mesmo que contadas na primeira pessoa, elas não são necessariamente autobiográficas (daí os mistérios por desvendar se manterem); por vezes são coisas semelhantes aquelas fotografias que não damos muita atenção quando passamos por elas no álbum das memórias. Mas ficaram com uma cor especial, uma luz que marca um momento, um sorriso que valeu a pena registar. Nada mais do que isso.
Quando se passa a fronteira da competição, e se acha que a produção artística é mais do que produção, começamos a perceber que o verdadeiro encanto está muitas vezes nos retratos das coisas simples.
Ainda vou tendo dificuldade em fazê-lo. Normalmente sou invadido pelo sentimento de que as letras que escrevo não dão conta do recado, não transparecem tudo aquilo que gostava de contar acerca do assunto. Mas, entre outras coisas, ainda me resta a voz. E essa, pode sempre ajudar a contar o que ficou por dizer. Só é pena ser ainda mais difícil do que passar tudo para o papel. Ainda bem que existes, Steve!!! E ainda bem que me convidaste para te ouvir!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Emocionado e sensibilizado... é assim que me sinto após o convite feito pelo Malhas e pelo Raco, para que integre os Flirt enquanto "5º elemento"...
...segundo eles, deste "5º" espera-se apenas uma contribuição informal, mas eu não a vejo sem ser profissional: um embaixador que fala mas não discursa, um tenor que "sobe ao palco" mas não canta, um coscuvilheiro que "mexe" mas não "toca"... em suma, alguém que, omnipresente quando não presente, contribui de alguma forma para a missão subjacente a este projecto e que todos os seus elementos abraçaram sem reservas...
Conheço ainda pouco da sua música (isso tem de mudar rapidamente!), algumas das suas lyrics (por razões que têm a ver com o facto de ser autor de um par delas...) e apenas dois dos seus 4 membros originais... mas a qualidade humana e musical destes dois amigos é enorme (acredito que a dos outros 2 sê-lo-á também ), o que me leva a aceitar de caras este compromisso e responsabilidade camuflados de convite amigável e despretensioso...
Consciente de que nada ainda fiz ou dei, estou porém emocionalmente vinculado a uma participação real mais activa e meritória... batam-me com força se não cumprir!
Um abraço e até já.
Mário Batista

O Tiago está em gravações.
Neste momento estão a avançar os restantes 6 temas do albúm.
Os trabalhos estão a avançar de acordo com o previsto, a vontade de efectuar um grande trabalho é uma constante.
O resultado promete.
Over & out
Flirt

quarta-feira, 18 de julho de 2007


Ora porra! tá confirmado!
Tenho um canal lixado.
O meu quase vintage quad está com um canal nas lonas.
Após chegar em glória dos EUA, numa embalagem que tinha servido de bola de futebol, é na calma do lar que se sente mal...
E logo o canal 1... aquele do gostinho especial.
porra!
Malhas

terça-feira, 17 de julho de 2007

Estou lixado!!! Afinal vai demorar mais algum tempo até poder ouvir as guias... mas preciso delas antes das férias!
Ontem já comecei a contactar alguns estúdios aqui no Porto. Espero que me respondam aos mails porque quando regressar das férias, em Setembro, quero começar a gravar.

Falei com o Tiago. A "bola" está do lado dele e convenci-o a enviar-me um CD por correio. Parece que ficou bem impressionado com a 1ª audição das guias, ou seja, daqui para a frente vai fechar os temas que lhe faltam. Senti-o super entusiasmado, o que é óptimo!

Falou-me em particular do "Eu Sou", visto que verdadeiramente, foi a 1ª vez que ouviu como vai ficar o final alterado. Este foi um tema que eu e o Malhas sempre considerámos um pouco "esquizofrénico", não tanto pela letra (que também ajuda a dar-lhe este mote) mas também pelos diferentes ambientes que tem. Se calhar nas versões iniciais esta característica estava mais marcada do que agora, mas com esta alteração do final acho que retomámos essa onda.
Realmente este tema, bem como o "Fim do Mundo", são dos nossos mais antigos mas mesmo assim dos mais emblemáticos. Penso que reunem uma coisa que distingue o nosso som: algumas sonoridades "pesadas" com uma melodia de voz pouco convencional e num registo nada gutural (desculpem , mas tinha de usar esta expressão. É uma private joke que um dia destes revelo...).

Já percebi que o "Sinto, logo existo" vai ficar para depois das férias, pois parece-me importante que o revisitemos enquanto banda, agora que já tem letra e melodia de voz. Há sobretudo espaços que ainda é preciso criar, deixá-la respirar mais. Tenho as ideias na cabeça, mas ainda não tive a oportunidade de as partilhar de forma clara. Tenho pena, pois é um tema que desejo fervorosamente ver concluído. Para além do significado que tem para mim, parece-me representar um sinal claro de que as músicas que temos feito recentemente estão potentíssimas, o que augura boas perspectivas daqui para a frente.

Não sei se é desta sensação de ver as coisas a tomarem forma, mas a minha cabeça não pára de ter ideias. A maior parte delas tem um prazo de validade muito curto, mas outras ficam em carteira... Nota-se que estou desejoso de que a coisa aconteça???

Tenho pensado isto não se deve apenas a uma questão de narcisismo, e contrariando o politicamente correcto, acho que sim. O que é certo é que para além da opinião dos elementos da banda, estou a marimbar-me para a de todos os outros. Termos o álbum gravado não me vai servir para o agitar à frente dos olhos de ninguém; acho que apenas o vou usar para massajar o ego!!!

Mas a confiança no que estamos a fazer não me deixa ter ilusões: enquanto produto, acho que estamos a criar uma coisa interessante, que ainda é capaz de agradar a muita gente. Tenho estado mais atento ao panorama musical português, pois confesso que querendo fazer parte dele o desconheço quase por completo. E continuo a sentir algo semelhante ao que há muitos anos atrás me atravessava o espírito quando via no canal 2 o Pop-Off (lembram-se?): será que é assim tão difícil juntar o alternativo ao audível? Não defendo que a criação artística deva ser exclusivamente encarada como um produto, mas se as bandas querem vender (e é só dessas a que me refiro) têm de ter uma postura diferente da que aqui advogo: têm de deixar de ser narcisistas.

Felizmente para mim que essas aflições não me atingem. Não quero vender nada do que façamos.

Agora, se alguém quiser comprar...

Raco

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Pois é, as guias estão feitas. Foi um fim-de-semana muito produtivo, pois não só fechámos alguns temas onde ainda faltavam a Guitarra e o Baixo, como também consegui pôr voz em todas elas. Bem, quase todas, porque há ainda 2 temas que falta terminar.

Publicamente peço desculpas aos meus vizinhos pelo berreiro, mas soube-me imensamente bem cantar o dia todo! Comecei a gravar por volta das 10h (para me vingar do vizinho do lado que tem um puto que berra logo pela fresquinha) e quando dei por mim já eram quase 16h... acho que o que me despertou foram os roncos do estômago, pois até me esqueci de comer. Uns flocos e um cafezinho e goelas bem abertas!

Gostei de voltar a gravar. Acho que o que conseguimos fazer nestes 2 dias dá já uma base de trabalho apreciável, mas ao mesmo tempo ajuda a ter uma perspectiva do trabalho que ainda temos pela frente. Sobretudo eu, quando vier de férias. Quero começar logo a trabalhar nos registos definitivos dos temas. Para já vai ser bom ouvir as guias e começar a preparar o caminho, no que toca a questões finas de afinação, mas sobretudo de interpretação. Gosto disso!!!

Outras das coisas boas que aconteceram foi a decisão de fazer do "Fim do Mundo" o nosso "single". É uma música que julgo representa bem o nosso som, e sobretudo dá um gozo terrível ouvir. Além desta, o "Deixa de me atormentar" também continua a soar muito bem. É uma balada que se calhar vai agradar a outros públicos, mas tem muita força.

Bem, mas para já quero concentrar-me em desenvolver um conceito criativo para realizarmos um clip para o "Fim do Mundo". Também já iniciámos alguns contactos com quem nos pode ajudar nesta matéria.

Estou desejoso de ver o resultado das guias, pois vim para o Porto sem um CD... mas se a qualidade estiver "audível", isso é óptimo para continuar a mobilizar algumas pessoas para este projecto, para as quais ainda não passa de uma coisa intangível. Com um primeiro registo dos temas vai ser possível começar a passar algum ambiente a meia dúzia de pessoas que fomos convidando a participar nesta fase de arranque. Isto claro, se a qualidade estiver minimamente, caso contrário apenas os espantaremos...

Vamos também aproveitar este registo para registar (finalmente) os temas na SPA. Aí qualidade não é relevante.

Quando o Malhas me enviar os MP3s, conto-vos o que me pareceu...

Raco
14 de Julho de 2007 uma data importante.
Finalizámos as guias instrumentais para gravação da bateria.
Durante os próximos dias a bola estará no campo do Tiago.

Malhas

quinta-feira, 12 de julho de 2007

O descanso antes da tempestade.
O processo podia ser mais fácil. Não tenho qualquer dúvida.
Quando temos todas as condições para pensar e repensar um assunto temos tendência para amolecer, e perder a energia e o repentismo indispensável para criar um grande momento.
Tenho a certeza, está a ficar qualquer coisa de especial.
Considero o Fim do Mundo fechado!

Malhas

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O nascimento e a concepção são momentos diferentes. Hoje, com este blog, estamos a dar sinais de vida. A concepção já nem sei quando foi, não porque a memória me falhe mas porque realmente não a consigo situar no tempo. Terá sido há um ano ou há dez???
A "criança" apenas está a dar sinal de vida. Mas ainda tem a vida pela frente... podem acompanhar os primeiros passos, o primeiro amor, a primeira desilusão. Podem entrar à vontade e ajudar a criança a nascer.
Como um pai babado, olho para a criança e acho-a a mais bela. Antevejo um futuro brilhante à sua frente. Estou certo que pelo menos aos meus olhos vai ser sempre uma criança especial, mesmo que mais ninguém o reconheça.
Sou definitivamente um pai orgulhoso desta criança há muito desejada.
Como um album de recordações para a posteridade, convidamo-vos a acompanhar o que aí vem, esperando pelo menos tocar ao de leve as vossas vidas, com um arrepio ou um estremecimento.
Não vos vou contar tudo sobre a criança pois senão apenas a ficariam a conhecer pelos meus olhos. Como qualquer outra pessoa, esta criança é muito mais do que aparenta, por isso o gozo da descoberta será muito mais reconfortante do que o da revelação.
Fiquem connosco!!!

Raco