segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Esta semana vou mais cedo para Lisboa o que é bom pois podemos retomar os trabalhos ainda antes do ensaio de domingo. Lá vou voltar à rotina de regressar ao Porto à meia-noite, todos os domingos e começar a semana todo roto... Abençoada rotina!!!

Na 5ª vou estar com o Malhas para acertarmos todos os pormenores pendentes relativamente às guias: ver o que falta, o que necessita ser regravado, onde queremos melhorar "a orquestração", quais os sons que iremos utilizar e em que partes dos temas, e outras alterações que esta qualidade de ouvinte fez entretanto realçar.
Tomaremos decisões depois disso.

Estou desejoso para recomeçar os ensaios (nota-se?). Preciso de retomar a forma e deixar de soar a "cana rachada", e se bem me conheço ainda vou precisar de algum tempo para isso acontecer. Acontece-me sempre o mesmo quando fico muito tempo sem cantar... não chegam as sessões no carro, entre destinos (as viagens Porto-Lisboa-Porto são particularmente didácticas neste aspecto). Às vezes penso nas figuras que faço ao volante e quem me vir deve achar, por vezes, que me está a dar um treco. Isto para não falar do volume que já percebi vai muito para além dos limites da viatura (maldito isolamento!).
Mas para além dos ensaios o carro é definitivamente o local de treino. Pobres vizinhos se tivessem de levar comigo. Às vezes, ao fim-de-semana e se estou sozinho em casa, lá têm de ouvir a ópera quase completa do Jesus Christ Superstar, que acho deliciosa de cantar: um (ou vários) registo(s) rock onde se pode praticar a interpretação... inspirado pela própria peça. Para quem não sabe, um dos moços que cantava nesta obra foi o Ian Gillian 8interpretou a peça em cena em Londres e Nova Iorque) , uma das minhas maiores referências em termos vocais. Isto para além dos mais conhecidos, Ted Neeley e Carl Anderson.
Ok, pode-vos parecer um pouco piroso... e curioso no meu caso, que sou o verdadeiro ateu: mas experimentem ouvir o Ted cantar o Gethsemane e depois digam lá se isto não é um portento. Este é um tema que adoro cantar e que quando estou em forma acho que faço umas gracinhas (só para aguçar a curiosidade...)

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Estamos de volta (melhor dizendo estou de volta...) se bem que ainda não ao trabalho! Os ensaios estão marcados já a partir de Setembro, e aí sim, a magia vai voltar a acontecer :)

O Freitas deve estar a gravar o baixo nas guias, nos temas em falta; o Tiago deve andar por esse país a tocar; e o Malhas imagino-o à sombra da videira, a beber uns belos copos de alvarinho fresquinho com o belo do petisco.

Eu que vim cheio de vontade de retomar o processo, também não tenho estado parado. Conforme referi anteriormente vamos alterar os planos iniciais que eram de tratarmos em exclusivo da produção do álbum. Em vez disso, vamos querer contratar um produtor e avançar para estúdio. Penso que os temas merecem esta forte aposta na captação de um registo de qualidade profissional, abaixo disso será apenas mais um registo... e desses já vou tendo uma colecção aprecíavel.

Já tenho os contactos de quem nos pode dar orientações para isto se concretizar, pois para evitar a repetição de más experiências anteriores, desta vez temos de apostar bem na selecção das parcerias.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Oi, directamente da India. Nao levem a mal isto ir mal escrito, mas por estas bandas os teclados nao tem acentos...
Nao vos vou falar sobre as minhas ferias: para isso talvez tenham de ir a outro sitio... mas apenas queria deixar registadas 2 reflexoes.

A primeira e a de que tomamos algumas decisoes radicais relativamente ao processo que vamos seguir para a gravacao final dos temas. Entre SMS trocados com o Malhas, ficou definido que vamos seguir um caminho diferente do inicialmente previsto, obviamente que para melhor. Nao vou para ja adiantar qual sera, porque primeiro prefiro fechar algumas ponas soltas antes de dar a coisa como definitiva. Mas na minha cabeca as principais decisoes estao tomadas, restando agora a parte mais operacional.

A segunda coisa que queria dar conta tem a ver com algumas experiencias musicais que fui tendo por aqui. Nao, nao fui a nenhuma rave em Goa, apesar de ter andado por la... falo sobretudo da musica etnica e dos instrumentos tradicionais, que sobretudo nas zonas mais rurais ecoam um pouco por todo o lado. Sao realmente outras tonalidade de som, hipnoticas, e que me fizeram recear fechar os olhos com medo que me levassem para outro lado qualquer. Para alem dos instrumentos de corda e de sopro, talvez os mais conhecidos, fiquei sobretudo fascinado com a percussao e os ritmos que conseguem tirar dos batuques. Na minha cabeca nao conseguia deixar de imaginar quanto ficariam bem, muitos deles (os mais upbeat), com uma guitarra electrica do seu lado. Percebo aqui cada vez melhor o fascinio que estes sons causaram em tantos musicos que admiro. Lembro-me como nao poderia deixar de ser, sobretudo do Jimmy Page: tive um flashback brutal, numa das minhas viagens. Parei num castelo, agora convertido em hotel, numa meio de uma terra perdida no mapa. O castelo tinha um patio enorme, onde fazia um calor de fazer suar as estopinhas. Por detras de uma porta estavam dois tipos, cegos por sinal (?) a tocar percussao. Um deles cantava no estilo tradicional, o que dava um cariz ainda mais magico a toda a cena. Senti aquilo quase como uma recriacao espacial de um episodio do "No Quarter", quando o Jimmy Page e o Robert Plant interpretam o "City dont't cry" acompanhados por outros musicos locais. Imagino que deva ter sido em Marrocos, mas acreditem em mim: os seus espiritos e definitivamente os seus sons, andavam por ali!