quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Este tema foi escrito a pensar no nosso sistema político e nas demais forças que estão convencidas que conseguem tomar conta das nossas vidas. Mas a acordar a tempo de não ser manipulado está exclusivamente nas nossas mãos e isso parece ser mais importante hoje do que nunca!!!!


ACORDO A TEMPO
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Por mim está tudo bem
Não ligo ao que dizes
Deixei de acreditar que com as tuas verdades
Nós seremos felizes

Não percas o teu tempo a querer saber de mim
Mesmo que me conhecesses nada podias fazer

Acordo a tempo de sair deste lugar
Acordo a tempo de fugir
Não me vão parar
Acordo a tempo

Corto o mal pela raiz
Sei ao que estou destinado
Posso ser caso perdido, mas insisto não desisto
E renego o teu legado

Não percas um momento a querer saber quem sou
Mesmo que me percebesses nada podias fazer

Quando me sinto perto acordo estremunhado
Procuro no deserto
Dou por mim a teu lado
Quando me vejo ao longe
Acordo incomodado
Imerso em promessas
Dou por mim atolado



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CAPÍTULO X

Finalmente somos verdadeiros. Finalmente podemos dar-nos, como somos, com a confiança de quem dá o MUNDO INTEIRO. No final desta viagem (Terá sido longa? Terá sido pensa?) estamos sentimo-nos irresistíveis e incapazes de resistir à tentação. Sentimo-nos à vontade na nossa (nova) pele e com vontade de ceder ao desejo. Sentimo-nos sem vontade de esconder quem somos, expostos a quem nos queira ver verdadeiros.
Finalmente somos verdadeiros!



MUNDO INTEIRO (Millenium)
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Não resisti a tentar
Tocar-te de passagem
Mas não te vou esconder
(Nem que seja a doer)
Tive o choque e a visão
Dou a alma em confissão
Trago na pele o teu cheiro
Na cabeça o teu nome
Parto em primeiro

Dá-te a mim, sou verdadeiro
Vem dar a volta ao mundo inteiro
Se estás a fim, eu estou primeiro
Dou-te quem sou e o mundo inteiro


A vontade que tenho
Aguça a arte e o engenho
Não tenho de o esconder
Nada tenho a perder
Trago o teu sorriso no olhar
O teu corpo parte com os meus sonhos ao acordar

Concede-me um segundo
Prendo a respiração
Fica parado o tempo
E o mundo em turbilhão

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

É este o momento em que me começo a sentir capaz de deixar aqui um pouco do que me vai no pensamento. É um momento que me sabe bem, como quase tudo o que tem relação com a música, tal como a entendo. É um caminho. Um caminho onde tenho encontrado pessoas com quem gosto de estar. É assim com os Flirt. Numa fase em que estou tanto a conhecer as pessoas, como a interiorizar os sons e as palavras que criaram, o sentimento é de satisfação pelo caminho me ter trazido até aqui. E aqui, a sensação é aquela que nos invade quando perdemos a noção do tempo (o que é bastante curioso para um baterista) ao fazer algo de que gostamos. Tenho sentido isto quando ouço o "Fruto Proibido", a tal ponto que, por vezes, tenho de ouvir um tema uma vez porque estou "na zona" e, logo depois, uma segunda vez porque tenho de ouvir o mesmo tema com ouvidos de músico. À medida que vou construindo os temas em mim, dou-me conta que esta é a música que gosto de ouvir quando estou num momento de silêncio. Estas são as músicas que mais gosto, aquelas que não perturbam o silêncio do momento em que estamos. É o equilíbrio dinâmico entre o tempo, o espaço e o sentimento. É descobrir que novos significados tem algo que nos parece imutável. É quando percebemos que somos também nós a mudar e não só o significado. Sabe bem.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CAPÍTULO IX

É nesta altura em que, apesar de mais focados em nós próprios, somos surpreendidos pela paixão, por esse sentimento inquietante que nos acomete de incerteza primeiro, e de desejo depois. Curioso despertar agora que nos invadia uma sensação de quase auto-suficiência. Mas simultaneamente é o facto de ter despontado nesta altura da viagem que talvez nos faça ver o outro com olhos de ver, não filtrado pelas imagens cuja origem perdemos no tempo mas com todo o esplendor que apenas a noite e as ilusões que encerra são capazes de proporcionar.



SERÁ (junto a ti)?
LETRA: Ricardo Oliveira

Tu és a noite em chamas
Não há como te apagar
Tu és a minha raiva
À beira de se soltar
És memória de outras eras
E soltas o que tenho para dar
Corres como se todo o tempo
Estivesse para acabar

Será que a lua sobre o mar
Me traz imagens que perdi?
E a cor da noite, ao deitar,
Será que me traz junto a ti?

Tu és a dor que resta
Quando penso em me salvar
És a luz da madrugada
Que vem para me abraçar
És o som da minha rua
Que me acalma o acordar
És um prazo sem validade
Uma história por contar

Será que não quero acordar?
Será que não me vou perder?
Será que é a lua sobre o mar que não me deixa ver?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CAPÍTULO VIII

A estrada que percorremos é agora mais larga e as vistas são mais frondosas. De repente o mundo todo parece ganhar um novo colorido, decorado com as cores da nossa paleta. Com esta abrangência do olhar, começamos a vislumbrar o destino final da nossa viagem. E ao longe, parece-nos ver a nossa própria imagem reflectida num espelho. Afinal o caminho que percorremos apenas serviu para encontrarmos quem nós somos, perdidos que estávamos nas imagens que construímos de nós próprios. Chegamos ao local que definimos no inicio da viagem e a partir deste ponto, o destino está totalmente nas nossas mãos. Os outros porque quem nos vamos apaixonar serão os companheiros da viagem que se segue, mas nunca mais, em tempo algum, necessitaremos deles para definir o trajecto.



FRUTO PROIBIDO (não quero saber)
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Tudo o que começa tem um fim
Dizem que a vida é mesmo assim
Eu sei que perco por tudo querer
Sou um alvo de escárnio, mal dizer
Mas sigo em frente e não fico para ver

Não quero saber
Deito-me na cama que decido
Sou o último a rir
E sou o teu fruto proibido

Tive quem desdenhasse sem comprar
Disseram-me que não estava para amar
Mas conheci a cura sem arder
E água benta tomo a que quiser
Sou um mal que vem por bem sem saber

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CAPÍTULO VII

Nesta altura do caminho somos acometidos por alguma soberba. De repente, transformamos o conceito de quem somos em alguém que é capaz de inspirar os outros, como querendo dizer-lhes QUEM ÉS É QUANTO BASTA. A luz que descobrimos dentro de nós, afinal está dentro de todos quantos nos rodeiam. Pena é que alguns pensem que apenas carregam uma cruz. Este caminho que percorremos pode (e deve) ser partilhado com mais gente, aqueles que apenas têm de decidir ver a vida com os olhos com que a vemos. Eles são e têm o que basta: mas nós podemos ser facilitadores.




QUEM ÉS É QUANTO BASTA
LETRA: Ricardo Oliveira

Imagina os meus passos na estrada
Caminho por onde sei que vou
Sorrio à luz da madrugada
Que desperta quem eu sou
Sou quem parte em busca do caminho
Ilumino a noite quando estou
Nas ruas que me embalam sozinho
Eu sou quem se encontrou

Se queres vem dar-me o braço
Vamos sair daqui, ver a vida que eu vi
Anda percorrer o espaço
Vem dar conta de ti, sentir o que eu senti
Agarra-te ao meu regaço
Quem és é quanto basta

Diz se é isso que queres ser?
O tempo a passar e tu a ver?
Sentires que a vida te conduz
E afinal és tu a cruz

Sentires que a vida te conduz
E afinal és tu a luz

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pouco a pouco o puzzle vai ficando completo!

É com grande prazer que informamos que o Gonçalo Aires é o baterista dos Flirt!



Gonçalo, Bem vindo!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CAPÍTULO VI

Uma vez chegados a este ponto da viagem podemos finalmente iniciar o processo de libertação. Podemos finalmente dizer “basta” e expiar as mágoas que carregamos por culpa daqueles com quem temos histórias sem finais felizes. Conseguimos assumir a causa das dores que sentimos dentro de nós próprios, vimos a luz que afinal sempre esteve no nosso mais profundo ser. Largamos para trás das costas quem nos quis CEGO, SURDO E MUDO, e de repente deixamos de pagar por castigos que nunca quisemos comprar.



CEGO, SURDO E MUDO (porque não?)
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Dei-me a ti sem juras, que um dia ia aceitar
Nunca fiz promessas, mas quiseste acreditar
Em prazos sem validade, palavras que te menti
Compromissos de uma vida, onde estou melhor sem ti

Sei que custa, faz doer
E tens tudo a perder, mas
Porque não, porque não?

Seja cego, surdo e mudo
De repente fez-se luz
Estava dentro de mim
Seja cego, surdo e mudo
Quando já não estava à espera
Tu já não estavas em mim

Não temos histórias, com um final feliz
Crias os teus dramas, por coisas que nunca fiz
Nada do que pensas, me consegue estimular
Ninguém compra um castigo, mas eu sinto-me a pagar

Porque não queres saber quem sou?
Porque não assumes que és a dor que existe em mim?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Obrigado Tiago.

Pois bem, chegou a altura de informar que o Tiago Ramos já não é um membro dos Flirt.
Nestes quatro anos que passaram, o Tiago foi sempre um de nós.
Por vezes discordámos, tivemos alguns conflitos - sempre motivados pelo o que os Flirt pediam e o que o Tiago estava disposto a dar. Mas, musicalmente falando, fomos unha e carne.
Mas, temos que tomar decisões difíceis e somos obrigados a escolher tendo em consideração um 'bem maior'. O bem maior são os Flirt - o que desejamos fazer e como desejamos fazer!
Por isso, e tal como comecei: Obrigado Tiago. Obrigado pelo teu talento, pela tua inspiração, pelo teu suor e pelo desejo que partilhaste: colocar os Flirt 'lá em cima'.
Temos agendas diferentes e ambos entendemos que neste momento os Flirt estão a pedir mais do que podes dar. A vida é assim, seguiremos caminhos diferentes.
A nossa amizade vai perdurar e voltaremos a tocar juntos... 'Sou capaz de te encontrar numa estrada junto ao mar'.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

CAPÍTULO V

Se ao longo deste caminho vamos ficando mais concentrados em nós próprios e na pessoa que desejamos passar a ser, percebemos como o que está fora, na maior parte das vezes, apenas nos polui e corrompe. As coisas que se ouvem, as notícias que nos condicionam, as imagens que nos mostram: a grande manipulação. Resistir nem sempre é fácil tão é a dimensão do ataque. Por vezes as vozes seguem-nos até ao deserto quando fugimos para estarmos sós; por vezes sentimo-nos atolados nas promessas que nos fazem e que tantas vezes apenas procuram um benefício que não é o nosso. O Mundo é um conjunto de confabulações perigosas que nos tentam atirar pelos olhos a dentro. Neste caminho da auto-consciência e da afirmação pessoal, é obrigatório ACORDAR A TEMPO, antes de sermos totalmente subjugados pela mentira. Não ligar ao que nos dizem. Renegar o legado que nos tinham destinado.



ACORDO A TEMPO
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Por mim está tudo bem
Não ligo ao que dizes
Deixei de acreditar que com as tuas verdades
Nós seremos felizes

Não percas o teu tempo a querer saber de mim
Mesmo que me conhecesses nada podias fazer

Acordo a tempo de sair deste lugar
Acordo a tempo de fugir
Não me vão parar
Acordo a tempo

Corto o mal pela raiz
Sei ao que estou destinado
Posso ser caso perdido, mas insisto não desisto
E renego o teu legado

Não percas um momento a querer saber quem sou
Mesmo que me percebesses nada podias fazer

Quando me sinto perto acordo estremunhado
Procuro no deserto
Dou por mim a teu lado
Quando me vejo ao longe
Acordo incomodado
Imerso em promessas
Dou por mim atolado

domingo, 3 de outubro de 2010

CAPÍTULO IV

Chegamos finalmente à firme decisão da construção, à explícita vontade de assumir quem se quer ser. Definem-se os contornos dessa pessoa, sente-se o sabor da nova vida, revelam-se os segredos que apenas serviam para manter a fachada. Revela-se ao mundo que os SORRISOS que se vêm são como as SOMBRAS que se escondem atrás de nós. E pobres daqueles que julgam conhecer-nos quando apenas sabem aquilo que estamos dispostos a contar de nós próprios.



SORRISO SOMBRA
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Hesito, mas defino os teus contornos
Decido, enfrentar o teu sabor
Permito, que duvides do que quero
Liberto, as perguntas por fazer

Não contarei a ninguém
Que no fundo o meu sorriso
É apenas uma imagem de quem me quer ver assim
Tão real como a sombra que se esconde atrás de mim

Celebro, as noites sem querer dormir
Decido, avançar sem me esconder
Omito, a dor por trás dos segredos
Liberto, as memórias do passado

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CAPÍTULO III

O caminho sente-se à medida que é percorrido. O mesmo acontece com a mudança, caso contrário não deixa nunca de ser uma intenção vã. Esta é uma evidência óbvia, as coisas são quando se sentem, não são quando se pensam. Entender que estas evidências existem simplifica a forma como se vê a vida. Que o ar não alimenta ou que A ÁGUA NÃO MATA A FOME. As evidências ajudam-nos a destruir o que damos como certo e o que não é mais do que um conjunto de intricadas construções ilusórias. Desejamos que o tempo passe para que a mudança se possa sentir. Vivemos bem como quem somos e no espaço que nos é devido. Embriagados pelo desejo da mudança apenas desejamos que a vida nos tome e como Fénix, nos transforme num fogo purificador.



A ÁGUA NÃO MATA A FOME
LETRA: Ricardo Oliveira e Mário F.

Tento mentir ao tempo
Enquanto espero pela resposta
Um suspiro, uma incerteza
Uma sombra à minha porta
Deixei que a memória fosse
Quem me atormentasse os dias
Sem nada pedir em troca
Vou cedendo às agonias

O espaço que me coube em sorte
Faz que morra e renasça mais forte

Pouco mais que coisa pouca
Vou cedendo às ironias
Dar-te o que não me pediste
Na incerteza de outros dias
Dás-me a tua mão em troca
Sem nunca nada pedir
Vou sentindo o vento forte
Amanhã hei-de surgir

Tudo não passa de uma ilusão
E eu insisto em andar em contra mão

Quero que a vida me tome
Arder num fogo que me transforme
Porque a sede não me consome
E a água não mata a fome

Olho em volta
E nada me diz
Se sou um herói ou um pobre infeliz
Invento os nadas
Com que me quero enganar
E sigo o caminho mas não sei onde vai dar
Não sei onde vai dar, onde vai dar
Sigo o caminho porque não sei parar
Não sei parar, não sei parar