sexta-feira, 16 de maio de 2008

Tenho que dizer mais qualquer coisa!!!
Neste momento apenas já só consigo olhar para a estrada mais à frente ansiando por novas vistas. O que ficou para trás deixa um gosto doce na boca e imagens bonitas gravadas na retina. Mas olho para trás da mesma forma que para todas as viagens que já fiz: experiências que se incorporaram no meu ser, partes de mim que se formaram, elementos constituintes de quem sou hoje.
Olho para mim como um edifício inacabado. E sabem que mais? É capaz de ser das poucas coisas de que me orgulho, de facto, em mim!
Porque a maior parte das pessoas que conheço e que sente, como eu, ter realizado algo, olha para isso como uma coisa de tal forma extraordinária que se deixa embevecer por si próprio. E são paixões arrebatadoras, essas que essas pessoas desenvolvem por si mesmas…
Confesso que me orgulho de não me reconhecer assim.
Realizar algo parece-me realmente extraordinário, sobretudo quando olhamos à nossa volta e vimos que tanta gente passa pela vida indiferente. Mas sou um edifício inacabado no qual estão permanentemente a ser construídos anexos e alas novas.
E por isso já olho para o caminho até aqui com alguma nostalgia, mas começo a ficar irremediavelmente irrequieto a pensar no caminho que ainda falta.
O destino não me interessa, interessa-me apenas o caminho (será que esta frase é minha, ou ouvia-a algures?).
Não me interessa o que os Flirt podem vir a ser, se a nossa música vai alguma vez passar na rádio ou tocar nos corações de alguém. Interessa-me, isso sim, continuar a construir o meu edifício, colocando pedra sobre pedra. Interessa-me continuar a pôr cá fora as coisas que trago cá dentro, mesmo que ainda não tenha percebido a razão de o querer fazer em vez de as deixar aí ficar sossegadas. Se calhar é aí que reside o meu narcisismo, mas prefiro-o se estiver aí: em vez de me regozijar em mostrar o que fiz, regozijo-me em mostrar o que tenho. Não é nada de especial, não é particularmente bonito ou interessante. Acho que é apenas a forma de mostrar que estou vivo quando tudo à minha volta procura colocar-me nos eixos, como se fosse carne para canhão. Acho que é apenas a forma de mostrar que sou mais do que a máquina que me mantém a respirar e a caminhar sobre este mundo.
E esta inquietude que me assola com a perspectiva do que ainda falta construir no edifício que sou, vem daí, dessa necessidade de permanentemente mostrar para mim mesmo que continuo vivo e fora da engrenagem que insiste em me tentar tornar alguém sem graça.
Interessa-me mais o caminho que o destino. Quem me dera que esta frase seja minha!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Raco

Gostamos imenso do vosso trabalho. Continuem no bom caminho e já esperamos o segundo trabalho.
Quando fores ainda mais famoso, não te esqueças dos amigos de "infância"! Olha o video...
Tudo na vida tem um preço :-)

Beijos e Abraços