domingo, 28 de fevereiro de 2010

O que irá ser o 2º álbum dos FLIRT?

O “Arquétipos da Alma” representou para mim a concretização de um sonho muito antigo, de materializar a urgência constante de estar imerso na música. É curioso que não me considero um melómano, nem tão pouco um erudito: não procurem intelectualizar a música comigo porque não terei grande capacidade para vos acompanhar. Nem tão pouco estou totalmente familiarizado com as tendências ou as modas, ou os rótulos que dão sempre jeito para catalogar as coisas. Mas ainda assim, a música esteve sempre presente na minha vida de uma forma tudo menos subtil.
Quando conheci o Mário e passados uns anos de termos tido as nossas primeiras experiências com covers, percebi que o gozo que se extrai da criação é imensamente intenso e difícil de traduzir por palavras. Desde essa altura que tenho presente em mim que dificilmente deixarei de querer participar nesse esforço de fazer música. Independentemente do que possa acontecer aos projectos em que me envolvo ou da opinião das pessoas.
O “Arquétipos” é, para além do contributo de todos os elementos da banda, uma compilação de algumas das coisas que fomos fazendo pelo caminho. Nesse sentido, pode dizer-se que a nossa exposição pública iniciou-se com um “best of” ☺

Este novo álbum não é a concretização de um sonho. É a sequencia inevitável de um percurso que ainda há pouco se iniciou.
O caminho tem sido de uma enorme aprendizagem, e se posso resumir a coisa em poucas palavras, diria que o principal que aprendi foi a dar valor à simplicidade. Deixei de me preocupar tanto com a técnica (algo difícil quando as nossas referencias são talentos sobrenaturais) e mais com a expressão. Não interessa hoje tanto aquilo que consigo fazer, mas a forma como o faço. Este álbum não é a concretização de um sonho, é sim uma manifestação de honestidade. Escrevo sem pensar em grandes conceitos e canto sem me preocupar em mostrar o que valho. Isso serve para alguma coisa ou para alguém? Não sei. Apenas sei que soa a genuíno e isso só pode elevar a nossa expressão artística para outros patamares.

Os FLIRT hoje não são os mesmos do inicio. Passámos por situações de imenso prazer e outras de cortante desconforto. Tivemos os nossos conflitos e rupturas, as nossas divergências de opinião. Mas tudo continua a soar estranhamente familiar quando tocamos. Como se as músicas que criamos fossem extensões naturais daquilo que somos.
Estamos a reinventar-nos nos processos de composição mas mantemos a nossa identidade. Apesar de tudo, acredito que este álbum vai soar bastante diferente do primeiro, imagino-o mais frontal e cativante. Estamos a reinventar o nosso som e a nossa melodia, mas a soar de forma familiar.

Estamos aí para o que der e vier.



O nosso próximo álbum irá chamar-se “Nascer de Novo”.

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