sexta-feira, 24 de setembro de 2010

CAPÍTULO I

Vamos começar a viagem e como em todas, existe um ponto de partida. Foquemo-nos pois nesse ponto. Começamos com a descoberta interior de uma inquietação, um sentimento que aflora não se sabe bem de onde. Começamos a perceber que nem sempre o que se vê é aquilo que se sente, e que o nosso espírito é comandado pela dualidade, pela CONTRADIÇÃO. Damos conta das nossas lutas interiores que até então, tanto esforço fizemos para que se mantivessem escondidas de nós mesmos, ocultando-as por detrás nos nossos peitos. Essa descoberta acaba por revelar ela própria algumas das essências da vida, como o facto de esta não ser linear. Além disso, a partir desse momento essa coisa do destino não faz mais sentido, nem as regras implícitas que toda a gente lhe parece querer atribuir. Percebemos o silêncio de que nos queremos libertar. Compreendemos que apenas juntos de outros conseguiremos sentir a sensação de liberdade em toda a sua dimensão. Coisa estranha…



CONTRADIÇÃO (por trás do meu peito)
LETRA: Ricardo Oliveira

Sou livre a todo o momento
Agarrado aos braços de alguém
Na estrada entrego-me ao vento
E ao meu destino também

É tarde, mas tanto faz
Se ficar para depois
É tarde, mas não me importa
Esta noite é para nós dois

Vem ver por detrás do meu peito
Bate uma contradição
Vem ver, estou aqui sozinho
No meio da multidão

Sou prisioneiro de um silêncio
Não dá para acreditar
Na estrada entrego-me ao vento
Que me irá salvar

É tarde, mas tanto faz
Se souber o que fazer
Se nem eu me compreendo
Como hás-de perceber?

Procuro por um sinal que a noite possa trazer
Não quero falar para não me arrepender

1 comentário:

Mário Batista disse...

Grande música, grande letra! És - e os Flirt também o são! - poeta em causa própria! Orgulho-me de ser teu amigo. Orgulho-me de poder ser vosso amigo.